segunda-feira, 18 de abril de 2011

A RELIGIÃO NA CULTURA PÓS-MODERNIDADE E SEUS DESAFIOS NA CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE CRISTÃ

Vivemos uma época à qual não é possível dar um nome. Para alguns, ainda estamos na modernidade com o triunfo do sujeito burguês. Para outros, vivemos num tempo de nivelamento de todas as tradições. Para outros, ainda, vivemos uma condição pós-moderna, na qual a morte do sujeito se apresenta como a ultima ressaca da morte de Deus. Nesse sentido, podemos dizer que o projeto moderno tem seus fundamentos nos três grandes eventos do século XVI, como a descoberta do mundo novo, o Renascimento e a Reforma, constituindo um momento preliminar da descoberta do surgimento da modernidade, porque estes eventos instauram uma “crise” que acompanha o cenário cósmico-antropológico precedente. A crise imprime uma mudança de paradigma que vai além de uma dimensão territorial histórica de um período para se tornar uma consciência antropocêntrica da diferença em relação ao passado. A modernidade é caracterizada por essa situação nova, em que o sentido da realidade é determinado por uma pluralidade de fatores, de ambientes e de interconexões interpessoais. Já a pós-modernidade caracteriza-se, entre outros, pelo “fim das grandes narrativas” e a fragmentação dos sistemas totalizantes da existência. As culturas, com suas sub-culturas, são experiênciadas como o palco da pluralidade. Um espaço aberto com as mais variadas “ofertas de sentido” para os indivíduos. Diante de tal cenário, o que se pode observar desse homem contemporâneo, pós-moderno, é uma tentativa de reconstituir uma relação de particularidade com o cosmos e com a vida, relativizando os sistemas religiosos tradicionais como uma oferta religiosa entre as outras no “mercado religioso”. Nesse novo contexto, a identidade religiosa é marcada pela interioridade das pessoas e os sentimentos individuais ganham uma importância decisiva. A plausibilidade de uma experiência religiosa não é buscada fora em normas ou tradições, mas na experiência subjetiva de cada pessoa. É a “religião invisível” porque o seu lugar é a subjetividade de cada um, a partir de suas angustias, buscas e interrogações de sentido para a existência. Tal cenário apresenta-se como um campo interessante, oferecendo múltiplas possibilidades de pesquisa sobre as diversas construções e desconstruções religiosas que podem ser observadas no campo religioso brasileiro.




Pe. Francisco de Assis Mota de Sousa
Graduado em Teologia no Centro de Filosofia e Teologia
da UNICAP; E-mail: franciscomsf@hotmail.com
Administrador da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário na Muribeca dos Guararapes
Presidente da Comissão Arquidiocesana para o serviço da justiça, da caridade e da paz

2 comentários:

  1. O pluralismo cultural e religioso sempre existiu, “no entanto, há uma novidade no pluralismo que se inicia nos tempos modernos. E é ela que desafia fortemente a fé cristã. A cultura manifesta a capacidade do ser humano de tomar distância da natureza própria e circundante e dar-lhe significado, modificá-la. O animal com fome busca comida. O ser humano com fome inventa a refeição. Comer é natural, fazer uma refeição natural-cultural. Aí está a diferença. A cultura é, portanto, o universo de símbolos, significados, representações, imaginações, instituições que o ser humano cria para a dupla finalidade de desenvolver-se pessoalmente e viver socialmente com outros”[4].

    A pluralidade religiosa e cultural no passado não produzia o mesmo efeito no como produz hoje, efeito de divisão, de dilaceramento pessoal, de crise interna e de ruptura. A pluralidade religiosa hoje põe em crise aquela fé tranqüila ao lado de outras, porque estava inteira na Igreja ou na religião em que se vivia. Agora o fiel é questionado na sua fé, fica atraído a experimentar ou a mudar de religião, de experimentar coisas novas, porque as propostas são muitas, e sente liberdade para fazê-la.

    Eliane de Farias
    Técnica em Contabilidade Financeira do Centro de Ensino ROBERTO SIMONSEN.
    Consultora do Banco BMG EMAIL: jgfinanceira.eliane@hotmail.com

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  2. Amigos,

    acessem: www.jaboataocontradengue.blogspot.com

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